Na véspera, a moeda norte-americana recuou 0,58%, cotada a R$ 6,0469. O principal índice acionário da bolsa de valores brasileira subiu 0,80%, aos 128.228 pontos.
O dólar opera em queda nesta quarta-feira com expectativa pela nova decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC), que acontece ainda hoje, após o fechamento dos mercados.
A expectativa dos agentes do mercado financeiro é que o colegiado faça um novo aumento da taxa básica de juros (Selic) — e a leitura é que o cenário de aperto monetário deve continuar e até mesmo se intensificar à frente.

No exterior, o foco fica com a divulgação de novos dados de inflação dos Estados Unidos, em meio às expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) faça mais um corte de juros em sua próxima reunião, prevista para semana que vem.
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Dólar
Às 14h10, o dólar operava em queda de 0,63%, cotado a R$ 6,0091. Na mínima do dia, chegou a R$ 6,0046. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda norte-americana recuou 0,58%, cotada a R$ 6,0469.
Com o resultado, acumulou:
- queda de 0,40% na semana
- ganho de 0,77% no mês;
- avanço de 24,61% no ano.
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa recuava 0,30%, aos 127.847 pontos.
Na véspera, o índice subiu 0,80%, aos 128.228 pontos.
Com o resultado, acumulou:
- avanço de 1,81% na semana
- alta de 2,04% no mês;
- recuo de 4,44% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Sem grandes indicadores econômicos na agenda local, a atenção dos investidores se volta nesta quarta-feira (11) para a nova decisão de juros do Copom, prevista para ser divulgada após o fechamento dos mercados.
A previsão dos agentes financeiros é que o comitê decida por acelerar o ritmo de alta de juros no país. As apostas são de que o BC deve fazer uma elevação entre 0,75 ponto percentual (p.p.) e 1 p.p. na taxa básica.
Além da alta desta quarta-feira, a leitura dos economistas é que o colegiado não deve parar por aí, provavelmente trazendo novas altas de juros à frente, em meio à economia ainda forte, o dólar desvalorizado e o cenário adverso no exterior.
Na véspera, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, a inflação oficial do país, registrou uma alta de 0,39%, uma desaceleração em comparação ao observado em outubro, quando o índice subiu 0,56%.
O resultado, no entanto, ainda veio acima do que era esperado pelos economistas do mercado financeiro, que projetavam uma alta de 0,34% do indicador para o mês, e reforçam a perspectiva de que as taxas básicas ainda devem se manter elevadas por um tempo.
Ainda no cenário doméstico, o quadro fiscal do país continua no radar, em meio ao receio de que a aprovação do novo pacote de cortes de gastos do governo federal possa enfrentar resistência no Congresso Nacional.
Como forma de agilizar a aprovação, o governo federal planeja liberar R$ 3,2 bilhões em emendas PIX. A liberação é vista como essencial para viabilizar o apoio parlamentar e garantir a tramitação das medidas fiscais. O governo já tinha sinalizado para o Congresso, na semana passada, a liberação de R$ 7,8 bilhões em emendas impositivas.
A estratégia também é uma tentativa do Palácio do Planalto de acalmar os parlamentares diante da decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), de rejeitar o recurso apresentado pela Advocacia-Geral da União para reconsiderar as exigências sobre a liberação das emendas.
No exterior, o foco fica com a inflação ao consumidor dos Estados Unidos, subiu 0,3% no mês passado, registrando a maior alta desde abril. Nos 12 meses até novembro, o índice subiu 2,7%, de 2,6% em outubro.
O indicador é uma das principais variáveis consideradas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para a condução de juros do país.
Na última sexta-feira, os novos dados do payroll, relatório de emprego dos EUA, indicaram que a criação de vagas de trabalho na maior economia do mundo acelerou em novembro, depois de ter sido severamente afetada por furacões e greves.
Ainda assim, o cenário não indica uma mudança material nas condições do mercado de trabalho norte-americano, que continuam a enfraquecer de forma constante e devem permitir um novo corte da taxa de juros pelo Fed.